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Tu podes salvar o planeta



A educação ambiental é tão importante como a educação cívica, social, moral ou académica. E, tal como todas as outras, torna-se sólida pela prática e pelo exemplo.

Há dias, a conversa começou à mesa do jantar, pela voz do G. Falou-se do atum, de pandas e de outros animais em perigo de extinção. A M. quis saber o que é isso da extinção e o G. explicou. A partir daí, houve choro, tristeza, indignação.

Ela ficou genuinamente afetada por saber que alguns animais podem deixar de existir. Alguma coisa devia ser possível fazer. Aquela inocência que lida mal com a impotência e que (infelizmente) se vai perdendo à medida que crescemos.

Nós sempre falamos com eles sobre as consequências dos nossos atos. E eles sempre souberam que uma palhinha nunca é só uma palhinha. Um saco plástico nunca é só um saco plástico. Uma torneira a pingar nunca é só uma torneira a pingar. Sabem que há países onde a água não chega pelo cano e onde a comida não está à disposição na prateleira do supermercado. Sabem que há animais ameaçados pela ganância dos homens e outros que sofrem com as transformações que nós provocamos no planeta. Eles sabem de tudo isto porque lhes contamos em conversas informais e lhes mostramos em viagens que fazemos juntos. Sabem que é urgente cuidar da casa de todos nós e preocupam-se em protegê-la.



Há muito tempo que não usamos palhinhas, cotonetes, copos, pratos e talheres de festa. Trocámos as escovas de dentes de plástico pelas de bambu. Controlamos fortemente o uso de sacos e embalagens. Usamos sacos de pano para as compras (mesmo para as frutas e legumes) e procuramos alimentos que usem menos embalagens (damos preferência a embalagens grandes, em detrimento das embalagens individuais, por exemplo). Dentro dos armários e do frigorífico, usamos frascos ou caixas de vidro para guardar os frutos secos, as bolachas, os flocos de aveia ou as sobras do jantar. Preocupamo-nos em não comprar roupa ou calçado desnecessários e comemos muito pouca quantidade de carne. Adoramos fazer caminhadas e piqueniques mas não deixamos rasto para além das nossas pegadas cravadas na terra.

Temos 10 anos para salvar o planeta! Será que alguma criança fica indiferente quando tem conhecimento desta realidade? E nós, adultos responsáveis pela formação da sua personalidade, como lidamos com isto? Damos bons exemplos ou pregamos aquilo que não conseguimos cumprir? Temos consciência da gravidade da situação que vivemos? Ousamos fazer diferente ainda que isso nos dê mais trabalho ou nos obrigue a gastar mais dinheiro? Mostramos aos miúdos que nos preocupamos com o seu futuro? Quantos pais estão realmente empenhados em deixar-lhes de herança um sítio para viver?

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